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27.9.04

A mais bela canção de amor 

"Meu Esquema", do mundo livre s/a. O resto é bobagem.


"Ela é meu treino de futebol
Ela é meu domingão de sol
Ela é meu esquema

Ela é meu concerto de rock'roll
Nação, minha torcida gritando gol
Minha Ipanema

Ela é meu curso de anatomia
Ela é meu retiro espiritual
Ela é minha história

Ela é meu desfile internacional
Ela é meu bloco de carnaval
Minha evolução...

Galega
Tento descrever o que é estar com você
Princesa
Todos vão saber que eu estou muito bem com você

Ela é minha ilha da Fantasia
A mais avançada das terapias
Meu Playcenter

Ela é minha pista alucinada
A mais concorrida das baladas
Meu inferninho

Ela é meu esporte radical
Poderosa, viciante, mas não faz mal
Meu docinho

Ela é o que meu médico receitou
Rivaldo Maravilha mandando um gol
Minha chapação...

Galega
Nem dá pra dizer o que é estar com você
Princesa
Todo mundo vê que eu sou mais... "

17.9.04

Gabba, Gabba, Hey! 

Dos meus guitar heros de infância, só consegui me aproximar de dois em termos musicais. Steve Jones, dos Sex Pistols, e Johnny Ramone, dos Ramones, é claro. Obviamente a maior qualidade de ambos não era a técnica, e sim o modo de tocar.

A postura curvada, as pernas meio dobradas, meio afastadas, os joelhos colados, a cabeça baixa balançando de um lado para o outro incessantemente, a mão direita num ritmo frenético, o olhar totalmente alheio a tudo, a concentração naquelas poucas notas, sempre à espera do inconfundível "1, 2, 3, 4", indicando a próxima música. Esse é o Johnny Ramone que inspirou milhões de jovens por décadas. Vinte e dois anos, mais especificamente, foi o tempo que a banda durou.

Com a morte de Johnny anteontem foi totalmente extinto o trio que serviu de alicerce para a maior banda do punk rock, e que de fato inventou o gênero. Em 2001 foi o incomparável Joey Ramone, no ano seguinte o indomável Dee Dee. No dia 15, foi a vez do incansável Johnny. Da formação original sobrou o baterista Tommy, e da formação mais importante, o também baterista Marky. Ambos, como o último baixista CJ, eram Ramones por adoção. Joey, Johnny e Dee Dee eram como irmãos. E como qualquer família, se odiavam, mas funcionavam extremamente bem juntos.

É totalmente dispensável eu ficar aqui falando da importância dos Ramones para o roquenrou e para a própria cultura pop, ou de como eles influenciaram a minha juventude. Mas ouvindo dois dos melhores discos ao vivo da história ("It's Alive", de 79, e "Loco Live", de 91), tive uma visão. Me imaginei daqui a muitos e muitos anos, bem velho, pedindo para um músico de churrascaria qualquer tocar em seu teclado "Commando", e sendo prontamente repreendido por filhos e netos. Gagá, eu daria e ombros e exclamaria "Hey, Ho, Let's Go!"

15.9.04

A melhor diversão 

Para não ficar só espinafrando, três filmes muito bons em cartaz no circuito over ground: "A Vila", "Terminal" e "Colateral", nesta ordem, merecem ser vistos. Cinemão pipoca da melhor qualidade, divertido e inteligente.

"A Vila" por ser o melhor de M. N. Shyamalan, surpreendente mesmo; "Terminal" por aliar o grande talento de Tom Hanks com a capacidade de Spielberg em contar uma história como ninguém; "Colateral" por seus personagens centrais, humanos, antes de tudo.

8.9.04

Camarada Olga se deu mal 

Fernando Morais é um dos mais importantes biógrafos do Brasil, o mais importante da atualidade, sem dúvidas. Seus livros, narrando a vida de personagens incríveis, como Chatô e Olga Benário, além de grandes obras se tornaram best sellers incontestáveis. Algo raro na nossa literatura.

"Olga", o livro, com certeza terá sua venda turbinada por causa de "Olga", o filme. Nada mais previsível, principalmente em se tratando de uma milionária produção da Globo Filmes. Apesar do estímulo comercial, a versão cinematográfica não faz jus ao sucesso do livro de Morais. "Olga", o filme, é chato, exagerado e arrastado. Antes de tudo, mal dirigido. O filme parece uma novela resumida em um longo capítulo de três horas, com todo o sentido pejorativo que se possa colocar nisso.

A começar pelo excesso de closes. Há, entre os entendidos da sétima arte, quem afirme ser possível a realização de um grande filme praticamente com closes a cada cinco minutos. Citam grandes obras que seguiram esse caminho, como a de um distante cineasta alemão do entreguerras e etecétera e tal. Talvez sirva de exemplo e explicação para Jayme Monjardim, o diretor, mas não cola. Na verdade, o recurso é usado como se fosse em uma novela das oito, bem dramática. Há uma seqüência desesperadora de closes durante uma conversa entre Olga e Prestes, no navio de luxo, que ilustra bem esse exagero.

A estética novelística não abandona a projeção em momento algum. A música é usada da mesma maneira em que podemos ver nas cenas mais importantes de qualquer novela da Globo. Alta e chamativa, como se o público fosse incapaz de perceber se um momento é triste ou alegre sem a ajuda da música. As interpretações também são características da telinha. O talento de gente como Caco Ciocler e Camila Morgado foi desperdiçado como só uma novela desperdiça. Com a exceção de Fernanda Montenegro, que não precisa mais ser dirigida.

Enfim, a direção de Monjardim não ajuda - e as vezes atrapalha - o andamento de "Olga", que diga-se de passagem, tem uma produção impecável, um verdadeiro "padrão Globo de qualidade". Uma pena que uma história importante como a de Olga tenha tido tanta infelicidade ao ser transportada para o cinema. O resultado de tudo isso daria uma ótima minissérie, mas nunca um bom filme.

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